Polícia Civil investiga advogados de Cruz Alta e Novo Hamburgo por falsificação

A Polícia Civil investiga dois advogados por suspeita de falsificar documentos públicos para tentar a transferência de clientes presos entre penitenciárias no Rio Grande do Sul. Os suspeitos são de Cruz Alta e Novo Hamburgo. Os dois respondem em liberdade pelos crimes de falsificação de documento público e uso de documento falso.

De acordo com o delegado Augusto Zenon, da 2ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas casas e escritórios dos suspeitos. Foram apreendidos celulares, computador e documentos.

“No curso das investigações, apurou-se que os advogados falsificaram uma decisão judicial de magistrado responsável pela Central de Transferência de Presos da Comarca de Porto Alegre, que teria supostamente deferido a permuta entre detentos da Penitenciária Estadual de Porto Alegre e do Presídio Estadual de Cruz Alta”, explica o delegado Zenon.

Ele conta que o documento público falsificado foi encaminhado por e-mail à Vara de Execuções Criminais de Cruz Alta, que constatou a fraude pelo Poder Judiciário.

A dupla de advogados queria que um detento que está na Penitenciária Estadual de Porto Alegre fosse transferido para a Penitenciária Estadual de Cruz Alta, e um detento que estava no interior fosse para a Capital. O procedimento é chamado de “permuta”. O que queria ir para a Capital é apontado como líder de uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas.

O delegado Zenon destaca que um dos advogados tem antecedentes policiais por crime parecido. Em meio à pandemia de Covid-19, teria apresentado atestado médico falso à Justiça para tentar converter uma prisão temporária provisória de um cliente em prisão domiciliar.

Na Operação Falsum Indicium, deflagrada na terça, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em residências e escritórios dos suspeitos. A polícia acredita que eles possam estar envolvidos em outros casos do tipo, que ainda serão apurados.

A polícia pediu à Justiça a suspensão do registro de atividade profissional dos dois advogados investigados. O pedido está pendente de análise. 

Fonte: GZH e Polícia Civil