RS volta a ficar abaixo do patamar de 800 internações por coronavírus em UTI’s

Após quase seis meses, o Rio Grande do Sul voltou a registrar neste domingo (1º) um número de pacientes com coronavírus em unidades de terapia intensiva (UTIs) abaixo do patamar de 800 hospitalizações. 

Às 19h, o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES) indicava 788 pessoas com covid-19 em estado crítico, contra 803 na véspera. Em duas semanas, a queda na demanda foi de 32%.

É a primeira vez que a soma de todos os hospitais gaúchos fica abaixo desse nível desde 9 de fevereiro deste ano, quando foram notificados 787 doentes sob tratamento intensivo — apenas um a menos do que a cifra apurada até a publicação desta reportagem. Para comparação: a Capital chegou a atender 870 doentes em UTIs durante o pico da pandemia, em março (demanda que havia recuado para 171 neste domingo).

Especialistas atribuem essa tendência de queda, que se mantém desde meados de junho, ao avanço da vacinação. Até a noite de domingo, o Estado imunizou 57,2% da população com a dose inicial e 26,8% com esquema vacinal completo. Embora esses números ainda estejam distantes dos 70% com proteção integral (necessários para alcançar a imunidade coletiva que barra a transmissão do vírus), eles são capazes de reduzir casos graves e internações. 

Esse efeito também é percebido nas hospitalizações em leitos clínicos, que seguem igual tendência de queda. As internações de pacientes em condição intermediária apresentaram redução no patamar de 700 notificações de sexta-feira (30) para sábado (31), quando o número variou de 729 para 690, conforme o Boletim de Hospitalizações da SES. Na noite de domingo, estava em 660. 

O fato de o Rio Grande do Sul ter menos leitos clínicos do que de UTI ocupados por conta do coronavírus é visto como um indício positivo. Como as alas de enfermaria são a porta de entrada para os casos de covid e uma parcela evolui para situações mais graves que necessitam de terapia intensiva ou acabam em morte, uma cifra mais baixa permite esperar menos doentes críticos ou óbitos nas semanas seguintes. 

Isso também indica um recuo da pandemia nas semanas anteriores. Os leitos clínicos tendem a esvaziar antes das UTIs porque as internações de doentes mais graves tendem a durar mais tempo. Assim, a queda no impacto do vírus demora mais tempo para ser percebida.

Como o vírus ainda circula em nível significativo e a variante Delta é considerada mais transmissível, é necessário manter precauções como o uso de máscara e distanciamento social.

FONTE: GZH