Casal quase perde toda a mobília ao cair no golpe do frete
Um casal que residia em Porto Alegre foi vítima de um golpe inusitado durante uma mudança. No meio da viagem para Santa Maria o motorista que fazia o frete teria “desaparecido” e, com ele, toda a mobília do casal.
Thamires Messerchimidt relata que, no dia 5 de setembro, ela e o companheiro Geovani Jacobsen, que moravam na Capital, mudaram-se para Santa Maria, pois ele havia sido aprovado para estudar em uma universidade da cidade. Em mudanças anteriores, o casal já havia procurado nas redes sociais por prestadores de serviço para o frete. Dessa vez não foi diferente.
Após Thamires fazer uma postagem, um homem entrou em contanto se oferecendo para o trabalho. Ele disse que estava indo para a mesma região com outra mudança. Por conta disso, afirmou que cobraria valor abaixo da média do mercado: um pix de R$ 850 quando saísse da Capital e mais R$ 550 quando chegasse a Santa Maria.
O casal contratou o serviço mas, no meio da viagem, o homem parou de receber as mensagens dos clientes. A conta dele na rede social foi apagada. A partir daí, o casal não sabia onde estava o homem e nem o caminhão com seus pertences.
— Foi quando eu me dei conta e pensei: poxa vida, caí em um golpe e perdi todas as minhas coisas. Fiquei em choque, sem saber o que fazer — conta Thamires.
Depois de passar uma noite dormindo em um cobertor no chão, o casal fez um boletim de ocorrência na delegacia. Porém, sem a placa do caminhão, localizá-lo não seria fácil. A única pista era uma imagem do veículo, captada por uma câmera de segurança vizinha ao antigo endereço do casal, em Porto Alegre.
Enquanto isso, Thamires e Geovani estavam apenas com o que levaram consigo de carro: o gato de estimação, uma caixa de areia, um pacote de ração e um kit de chimarrão.
Devido à falta de itens essenciais, Thamires fez uma postagem em uma rede social pedindo ajuda de amigos e conhecidos, para que conseguissem se estabelecer na nova casa. E o post deu resultado.
Reviravolta
Os dois estavam convencidos de que não encontrariam mais as coisas que faziam parte de seu lar, quando um outro homem chegou no condomínio do casal e disse estar com os pertences.
No início Thamires e Geovani suspeitaram da notícia, mas a explicação do desconhecido os convenceu: ele disse ter sido contratado pelo mesmo homem que faria a mudança de Thamires, para levar o mobiliário que estava no caminhão até um posto de combustíveis. Acrescentou que também teria sido vítima do golpista, que teria dado um “calote” nele — ou seja, não teria pago pelo frete, nem dado mais retorno.
A suspeita de Thamires é que o golpista não queria a carga, apenas o dinheiro do frete. Para se livrar das provas — que enchiam um caminhão —, o estelionatário teria contratado outro motorista para levar a mudança para longe e depois, o deixado também sem respostas.
Por fim, o freteiro honesto entregou a mudança e o casal o pagou pelo serviço prestado.
Alerta
Além do prejuízo financeiro e do estresse, o casal leva uma lição da experiência.
— Sempre ver se o prestador de serviços tem CNPJ, fazer as coisas com contrato, nada mais por boca e não pagar com antecedência. Lembrar que o barato sempre sai caro — conclui Thamires.
O titular da 3ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, sediada em Santa Maria, delegado Sandro Meinerz, também dá dicas para evitar cair em golpes parecidos:
- Contratar alguém com referência ou uma empresa conceituada.
- Desconfiar de ofertas com preços muito abaixo do mercado.
- Evitar contratar serviços ofertados apenas pelas redes sociais.
* Produção: Camila Mendes /GZH