Seis pessoas são presas por suspeita de tentar aplicar o golpe do bilhete premiado

Seis pessoas foram presas em flagrante por suspeita de estelionato na tarde da segunda-feira (17), em Capão da Canoa, no Litoral Norte. O grupo oriundo de Passo Fundo, formado por quatro mulheres e dois homens, foi detido enquanto tentava aplicar o golpe do bilhete premiado em uma vítima, segundo a polícia.

De acordo com o delegado de Capão da Canoa, Marco Swirski, o grupo já estava sendo monitorado pela delegacia devido a uma investigação envolvendo outros dois casos do golpe aplicados na cidade. O prejuízo causado pelos suspeitos a outras vítimas é estimado em mais de R$ 300 mil.

O delegado destaca que, quando a investigação percebeu que o grupo retornou a Capão da Canoa, as autoridades ligaram o alerta:

— Quando vimos que o grupo chegou a Capão da Canoa passamos a monitorar com maior proximidade, pois era certo que iam praticar outro golpe — afirma o delegado. 

De acordo com Swirski, assim que a polícia percebeu que a vítima havia sido cooptada e colocada dentro do veículo dos suspeitos, foi realizada a abordagem policial.

Com os suspeitos, foi apreendido dinheiro, celulares e documentos falsificados.

Tradição no golpe

O delegado explica que os suspeitos são de uma família especializada no golpe do bilhete premiado, com origem em Passo Fundo.

Entre os presos, estão duas irmãs e o cunhado de uma delas, informou a polícia. Os demais também possuiriam vínculos familiares com outros membros do esquema, que já seriam conhecidos pela Polícia Civil por envolvimento em golpes semelhantes.

Marco Swirski alerta a população para que desconfie de ofertas que envolvam prêmios em dinheiro e que exigem pagamento antecipado.

Os seis detidos foram encaminhados ao sistema prisional, onde responderão pelos crimes de estelionato e associação criminosa. As investigações continuam para identificar outras possíveis vítimas e envolvidos no esquema.

Como funciona o golpe

O golpe foi noticiado pela primeira vez na imprensa na década de 1930, mas, segundo a polícia, ainda engana muita gente devido à encenação elaborada pelos golpistas. Confira como os estelionatários agem:

  • A vítima é abordada por um criminoso que se faz passar por uma pessoa humilde, que pede ajuda para trocar um bilhete premiado
  • Outros golpistas aparecem em cena e se oferecem para ajudar o “sortudo”. Eles simulam acreditar que o bilhete é verdadeiro e reforçam a narrativa
  • Muitas vezes, ligam para um comparsa, que se passa por “gerente da Caixa” e “confirma” que o bilhete teria sido premiado
  • O “dono do bilhete” age como se não soubesse o que fazer com o dinheiro e propõe dividir o valor com a vítima, caso ela o ajude a trocar o bilhete. Mas exige que a vítima lhe repasse valores, como garantia de que ela retornará após resgatar o prêmio
  • Depois que a vítima repassa suas economias, os golpistas desaparecem .

Fonte: GZH- Polícia Civil