Gaúchos conseguem comprar menos cestas básicas hoje do que antes da pandemia
Ainda que estejam caindo nas últimas semanas, os preços dos alimentos vêm subindo acima da inflação nos últimos anos. Na pandemia e na invasão da Ucrânia pela Rússia, houve disparadas. O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank, cruzou valores para identificar a capacidade que o gaúcho tem de compra da cesta básica pesquisada mensalmente pelo Dieese. Hoje é possível comprar menos do que no período anterior à pandemia, seja com o salário mínimo regional, seja com a renda média do trabalhador calculada pelo IBGE.
– Depois do pior momento da crise financeira internacional de 2007/2008, o número de cestas básicas teve crescimento expressivo até meados da década de 2010. No entanto, a recessão histórica de 2015-2016 interrompeu parcialmente o processo até a volta da trajetória ascendente em 2017 e 2018. Em 2020, o surto de covid-19 suscitou desequilíbrios. A oferta sofreu com as restrições, mas governos injetaram dinheiro sem precedentes nas economias. Houve forte aceleração dos preços. Em 2022, quase se atingiu o mínimo de cestas devido à a guerra entre Rússia e Ucrânia, que elevou dramaticamente a cotação das commodities, puxadas por petróleo, trigo, milho e óleo de girassol, além de insumos agrícolas – relembra Frank.
Por que o cálculo da CDL? Entender quanto do orçamento dos clientes precisa ir para comida ajuda o varejo em geral a saber o quanto sobra para as demais compras.
*Piso regional do Rio Grande do Sul (faixa 1):
- Compra 2,15 cestas básicas hoje.
- Entre 2010 e 2019, comprava, em média, 2,47 cestas.
*Rendimento médio do trabalhador no RS:
- Compra 4,58 cestas básicas hoje.
- Entre 2012 e 2019, comprava 5,34 cestas.
*Rendimento médio do trabalhador em Porto Alegre:
- Compra 6,75 cestas básicas hoje.
- Entre 2012 e 2019, comprava 8,48 cestas. GZH/Economia.
