O efeito dominó que o tarifaço poderá trazer ao setor de máquinas agrícolas

A indústria de máquinas agrícolas teme um efeito dominó com a manutenção do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Da exportação ao mercado interno, a medida pode frear as vendas do setor já neste ano, que marcava o início de uma recuperação na comercialização. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o impacto potencial poderá chegar a R$ 52 bilhões, considerando os ramos agrícola — como tratores e colheitadeiras — e rodoviário, como retroescavadeiras, caso o nível de exportações de 2024 se repita.

— Será muito difícil de manter os volumes de exportação. E, caso esse volume não seja absorvido pelo mercado doméstico de imediato, teremos, sim, um processo de revisão dos investimentos no país — preocupa-se Igor Calvet, presidente da Anfavea.

Pedro Estevão, presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), também olha o cenário com apreensão. A projeção da entidade é de que, neste segundo semestre, as vendas caiam 5% em razão da tarifa norte-american.

— Toda essa problemática do tarifaço traz ao mercado insegurança. Refizemos, inclusive, as contas para o ano. Devemos fechar com uma queda de 10% (e não mais um crescimento de 8%).

No Estado, a indústria também sente os efeitos da medida. A presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Carolina Rossato, , aponta risco de inflação no setor devido à dependência de componentes importados. Muitas tecnologias eletrônicas, que compõem as nossas máquinas, vêm dos Estados Unidos. Os fabricantes estão muito preocupados. GZH.

Deixe um comentário