Assassinato de professora em Palmeira das Missões é mistério há seis meses
A execução de professora na porta de casa em Palmeira das Missões chega a quase seis meses sem nenhuma prisão ou mesmo suspeitos do crime identificados. Por volta das 20h30min de 28 de março deste ano, Dilza dos Santos Machado, 58 anos, retornava de carro da casa de uma amiga em um trajeto de um quilômetro quando foi abordada por dois homens em uma motocicleta.
Os criminosos pararam ao lado do carro de Dilza. Antes mesmo de ela desligar o veículo, com vidro do carro fechado, em frente ao portão de casa, foi morta com dois tiros, um na cabeça e outro no pescoço. Nenhum pertence da vítima foi levado.
Desde o crime, a Polícia Civil busca a motivação para a morte da mulher, que não tinha antecedentes e lecionava em duas escolas. Chegar à razão do atentado ainda desafia os investigadores. A delegada de Palmeiras das Missões, Cristiane Van Riel Santos, afirma que a apuração está em andamento e que os agentes seguem recebendo informações sobre hipóteses do crime.
O celular da vítima foi encaminhado para extração de dados em Porto Alegre, mas a delegada prefere não revelar por enquanto o teor do conteúdo encontrado no aparelho. Nenhuma câmera de segurança flagrou a ação dos criminosos. Há imagens de um posto de gasolina que mostram o veículo de Dilza passando, mas a motocicleta dos criminosos não aparece. A cidade de 32 mil habitantes tem poucas câmeras, o que dificulta o trabalho. A motocicleta usada no crime, até o momento, não foi identificada. Ao longo de seis meses, 15 pessoas foram ouvidas no inquérito.
— Não temos ideia de motivação por enquanto. São várias informações ainda sendo apuradas. Não temos suspeitos identificados e nenhuma novidade que possa ser divulgada agora — diz a delegada Cristiane.
Dilza morava sozinha em uma casa em Palmeira das Missões. Tinha um namorado que residia na mesma rua. O filho único, o agricultor Jean Pablo Machado Duarte, 32 anos, vivia em uma residência nos fundos e conta ter ouvido quatro disparos na noite daquele domingo — dois tiros acertaram a professora. Jean foi o primeiro a socorrer a mãe. Há seis meses, ele convive com a ausência dela e sem saber o que aconteceu.
— Quando a encontrei, já estava morta. Foram disparos para matar. Como filho tenho uma revolta pela covardia que fizeram com ela. Ela faz muita falta. Nada justifica matar — afirma.
Jean recorda que nos últimos dias de vida a mãe não demonstrava sinais de preocupação nem confidenciou a ele se estava sendo ameaçada. Depois do assassinato, Jean se mudou para uma cidade no norte do Estado e colocou as duas casas à venda. O antigo endereço carrega todas as lembranças do assassinato.
— Ela não tinha medo que algo acontecesse. Não demonstrava ao menos. Foi uma covardia. Uma tocaia em que acabaram matando ela — afirma Jean.
Natural de Palmeira das Missões, Dilza dava aula desde os 16 anos. Fez magistério e cursou Pedagogia. Era diretora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Mundo Encantado e professora da Escola Estadual Eugênio Korsack, ambas em Lajeado do Bugre, onde passava a semana. Na cidade, a 46 quilômetros de Palmeira das Missões, também cuidava da mãe cadeirante. Aos finais de semana, retornava. Mantinha uma rotina intensa entre as duas cidades, segundo o filho.
— Quero que a justiça seja feita — desabafa Jean.
Denúncias sobre o crime podem ser feitas pelos canais oficiais da polícia (190 e 197) ou em qualquer delegacia do Estado.
Fonte ZH