Carro em que morreram quatro jovens em Camboriú teve escapamento modificado, diz polícia.

Uma das possíveis explicações para a morte de quatro jovens no interior de um veículo BMW, na manhã desta segunda-feira (1º), em Balneário Camboriú (SC), pode estar em uma modificação recente feita no sistema de escapamento do veículo. De acordo com o delegado da Polícia Civil de Santa Catarina Bruno Effori, familiares das vítimas confirmaram que o carro passou por um processo de “customização” (alteração das características originais) com o objetivo de gerar mais ruído. Uma das hipóteses investigadas é de que essa modificação esteja relacionada com o vazamento de monóxido de carbono para o interior do automóvel.

— O veículo, de acordo com os próprios familiares, passou por essa customização recentemente, algo para fazer mais barulho. Então, provavelmente, tem relação com isso — confirma Effori.

Em entrevista concedida para GZH, o delegado revelou ainda a possível sequência de eventos que teria resultado na morte de Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Karla Aparecida dos Santos, 19, Tiago de Lima Ribeiro, 21, e Nicolas Oliveira Kovaleski, 16.

O grupo estacionou o carro na rodoviária de Camboriú, após curtir o Réveillon à beira-mar, para aguardar pela namorada de um dos ocupantes, que vinha de Minas Gerais para encontrá-los. Durante cerca de três horas, permaneceram dentro do veículo com o motor e o ar-condicionado ligados.

— A perícia constatou uma perfuração entre o painel e o motor, e verificou que o ar-condicionado não ficou circulando o ar interno, mas de fora para dentro. Então, provavelmente, foi jogando monóxido de carbono (vazado do escapamento) para dentro — afirma Effori.

Embora essa seja a explicação considerada mais plausível pela polícia com base no trabalho preliminar dos peritos, em declarações da jovem sobrevivente e na ausência de marcas de violência nos corpos das vítimas, apenas a conclusão do inquérito poderá confirmar essa linha de investigação. O resultado do exame toxicológico, que deverá ficar pronto em cerca de 15 dias, é considerado fundamental para esclarecer o caso por ser capaz de confirmar a intoxicação acidental. A mãe do adolescente de 16 anos chegou a manifestar a suspeita de que pudessem ter sofrido um problema alimentar, já que todos comeram à beira-mar e ela mesma apresentou um quadro alérgico. Essa possibilidade, porém, é considerada pouco viável pelas autoridades. Exame toxicológico é considerado fundamental para confirmar hipótese de intoxicação acidental. Fonte- GZH.