Governador Eduardo Leite (PSDB) apresentou proposta a deputados aliados - Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Governo do RS altera proposta e passa a prever reajuste para 30 mil professores aposentados

O governo do Rio Grande do Sul anunciou, nesta quinta-feira (16), um substitutivo ao projeto de lei que prevê o reajuste salarial dos professores da rede estadual. Com a medida, cerca de 30 mil aposentados passam a constar na lista de servidores que receberão aumento.

No projeto inicial apresentado pelo Executivo, o grupo não teria correção nos vencimentos. O CPERS, sindicato que representa a categoria, havia protestado contra o projeto, apontando que o governo “separava” a categoria.

Agora, segundo o Palácio Piratini, todos os servidores em atividade e aposentados terão reajuste caso o projeto seja aprovado pela Assembleia Legislativa. Com aumento de 32% na tabela do subsídio, as correções vão de 5,5% a 32%, dependendo do grau de escolaridade e do tempo de serviço do profissional.

  • “Se nos descuidarmos agora, quando vierem novos reajustes, o estado vai quebrar de novo. Com o que estamos oferecendo, nenhum professor, ativo ou inativo, ficará sem reajuste”, disse o governador Eduardo Leite (PSDB).

O governo afirma que a extensão do aumento a toda a categoria implica em despesas anuais de R$ 730,6 milhões, quase 1,5 folha de pagamento a mais por ano ao magistério. Anteriormente, a proposta previa custos de R$ 650 milhões.

A inclusão de aposentados entre aqueles que terão o reajuste foi costurada após pressão da categoria e de deputados estaduais aliados e opositores ao governo Leite. A nova proposta foi apresentada aos deputados da base governista em reunião na tarde desta quinta (16).

Histórico
Conforme levantamento do g1 feito em outubro, o RS tinha o sexto piso mais baixo do Brasil na educação. O último reajuste da categoria foi em novembro de 2014, quando houve aumento de 13,72% nos salários, conforme cronograma iniciado em 2012.

Mesmo com a proposta do governo, o salário da categoria segue defasado. Conforme o Palácio Piratini, a correção cobre as perdas inflacionárias apenas de 2019 para cá.

Hoje, os salários de 40 horas variam de R$ 2.886,30 (para profissionais com magistério em início de carreira) a R$ 5.049,56 (para profissionais com doutorado em fim de carreira). Com a proposta do governo, os salários dos dois extremos da carreira iriam para R$ 3.809,92 e R$ 6.665,42.

Fonte: G1