Jonne Roriz / COB / Divulgação

Martine Grael e Kahena Kunze conquistam a medalha de ouro na vela

Mais um ouro foi conquistado pelo Brasil nesta terça-feira (3) nas Olimpíadas de Tóquio. Martine Grael e Kahena Kunze tornaram-se bicampeãs na classe 49er FX da vela ao chegarem em terceiro lugar na medal race. É a terceira medalha de ouro para o Brasil e a 12ª do país.

Na regata da medalha, a pontuação é dobrada e o tempo é reduzido a 10 minutos, metade do usual. O objetivo é acumular a menor pontuação possível ao final do trajeto. E ao contrário de outras competições, leva-se em conta todas as provas da temporada.

— Eu dei uma olhada no píer onde o pessoal estava torcendo, antes da gente descer com o barco e vi que tinha uma diferença de corrente bem grande — explicou Martina à equipe de GZH que está em Tóquio. — A gente conseguiu dar uma largada apertada no começo, posicionamos na linha há poucos segundos da largada, mas conseguimos ir bem livre na direita e acho que ter ido rápido e livre foi a chave hoje porque estava com pouco vento e se você fica no bolo acaba não tendo muito o que fazer —acrescentou.

Além da dupla, só foram bicampeões olímpicos brasileiros em edições seguidas dos jogos Adhemar Ferreira da Silva (1952/1956), e as jogadoras de vôlei Sheilla, Jaqueline, Fabi, Fabiana, Paula Pequeno e Thaisa (2008/2012).

— É uma honra estar no mesmo patamar de nomes que fizeram história do esporte olímpico brasileiro. Ainda não caiu a ficha — afirmou Kahena.

Antes da medal race, o Brasil estava empatado com a Holanda, que somava 70 pontos. Nas regatas anteriores, Kahena e Martine tiveram de enfrentar desafios inéditos, como o fato da escuta ter ficado presa entre a asa e o barco, fazendo com que a dupla terminasse em 15º.

— Nenhuma de nós duas é muito supersticiosa, mas a gente prendeu fitinha, pedimos pra abençoar o barco depois. Umas duas ou três coisas que exigiram que a gente tivesse um recomeço para chegar aqui hoje — conta Martina.

No início do trajeto, Martine e Kahena foram alternando a liderança com a equipe da Holanda, além das norueguesas, alemãs e argentinas. Ao final, superaram a distância e deixaram sua principal adversária para trás. Representando a Argentina, Victoria Travascio e Maria Sol Branz chegaram em primeiro lugar, com um tempo total de 21min57seg. Elas foram seguidas das norueguesas Helene Naess e Marie Roenningen (+0min23seg). Marintine e Kahena chegaram com uma diferença de 0min59seg da primeira colocada.

A dupla brasileira tem como chefe da equipe de vela um dos nomes mais expressivos do esporte no Brasil, Torben Grael, que também é pai de Martine. Outro velejador famoso que está nas Olimpíadas em Tóquio é Robert Scheidt, o qual competiu com 48 anos. Apesar de ser multimedalhista, desta vez ele ficou de fora do pódio na classe laser — ainda assim, sua participação inspirou Martine e Kahena. 

— Ter o Robert aqui mostrou pra gente que não tem idade, se você tem vontade, se você está preparada para aquilo, você pode fazer. A gente não começou bem a nossa semana, mas fomos indo, batalhou cada regata e mostrou que a gente conseguiu chegar ao objetivo — afirmou Kahena.

FONTE: GZH