Panambi esteve no alvo da Operação Policial Fim da Linha – Do Oiapoque ao Chuí
Panambi fez parte da 4ª fase da Operação Fim da Linha – Do Oiapoque ao Chuí desencadeada ontem pela Polícia Civil. A ação, desencadeada através da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, teve objetivo de desarticular organizações criminosas dedicadas à lavagem de dinheiro vinculadas a facções criminosas atuantes no Rio Grande do Sul e também a nível nacional.
Em Panambi a polícia civil local esteve realizando um mandado de buscas no bairro Kuhn, mas o cidadão apontando pela operação não foi localizado. Segundo informações as buscas eram por suspeita de envolvimento na lavagem de dinheiro.
Em vários Estados, a investigação apurou farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, PIX e números de contas bancárias tanto de pessoas físicas, como de pessoas jurídicas, algumas criadas exclusivamente para “lavar o dinheiro” das organizações criminosas.
Parte destas contas bancárias e empresas especializadas em lavar dinheiro eram as mesmas, que já haviam sido investigadas por delitos semelhantes vinculados às operações da maior organização criminosa transnacional com sede no Brasil, porém, em atividade em diversos países.
No decorrer da apuração, foi verificada a existência de vários “laranjas” de alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores advindos do tráfico para outros escalões da organização, considerando que a facção local de Passo Fundo está vinculada a outras duas facções, uma com atuação no RS e outra a nível nacional.
Também foi constatado que vários dos investigados que surgiram com as informações obtidas das quebras de sigilo telefônico são de outros Estados, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Bahia, dentre outros Estados. Da mesma forma, verificou-se a existência de pessoas físicas e jurídicas que funcionam como “laranjas” nos atos de lavagem de dinheiro.
Foram constatadas diversas transferências eletrônicas para pessoas jurídicas e físicas de todo o país, muitas vezes de valores vultosos, e também a existência de inúmeros depósitos realizados de forma fracionada, geralmente na mesma data, diretamente no caixa, dificilmente identificáveis.
Constatou-se, desse modo, a existência de quatro investigados importantes. Um deles movimentou em poucos meses a quantia de R$ 6.029.298,27 (seis milhões, vinte e nove mil, duzentos e noventa e oito reais e vinte sete centavos). Já outro indivíduo movimentou cerca de R$ 36.512.427,16 (trinta e seis milhões, quinhentos e doze mil, quatrocentos e vinte e sete reais e dezesseis centavos). Uma empresa fantasma movimentou em poucos meses o montante de R$ 94.913.810,33 (noventa e quatro milhões, novecentos e treze mil, oitocentos e dez reais e trinta e três centavos), enquanto outra empresa fantasma também movimentou uma quantia alta, em torno de R$ 27.705.177,57 (vinte e sete milhões, setecentos e cinco mil, cento e setenta e sete reais e cinquenta e sete centavos).
Em relação aos valores que aportaram na investigação, foi verificada nos extratos consolidados das quebras de sigilo bancário dos alvos uma movimentação de R$ 293.369.842,03 (duzentos e noventa e três milhões, trezentos e sessenta e nove mil, oitocentos e quarenta e dois reais e três centavos), em apenas nove meses (de janeiro a setembro de 2021).
Ainda, foi verificado no curso da investigação mais de 2 bilhões de reais em movimentações suspeitas. Além disso, a investigação apontou, inicialmente que a facção atuante no RS utiliza a estrutura da facção nacional para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas, contrabando de cigarros e outros crimes. No entanto, durante as análises e diligências, foi possível apurar que estas empresas e pessoas físicas identificadas, além de lavar o dinheiro dessa facção, também branqueavam o dinheiro de outra facção em alguns Estados.
As ramificações em quase todos os Estados da Federação demonstram a capilaridade dessas organizações criminosas, tanto no recebimento, quanto na remessa de valores para criminosos associados. Além disso, o esquema não envolve apenas médias ou grandes cidades, mas até em pequenas cidades do Brasil foram identificados indivíduos que remeteram ou receberam dinheiro do crime organizado, e isto tudo vinculado, principalmente ao tráfico de drogas e armas.
A operação tem o cumprimento de 403 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas, busca e apreensão de 187 veículos, sete embarcações e nove aeronaves. As buscas estão sendo realizadas em 113 municípios de 23 Estados da federação. Ainda, outros 86 veículos com situação de gravame e indisponibilidade, bloqueio de contas bancárias de 188 investigados (pessoas física/jurídicas) e 42 imóveis (TO, RJ, RS, RN, PR, MS, GO) com gravame e indisponibilidade. Com exceção dos imóveis, os demais bens apreendidos/indisponíveis estão avaliados em aproximadamente 43 milhões de reais.
Três pessoas foram presas preventivamente, todas em Mato Grosso do Sul, além de três prisões em flagrante. Destas, duas foram por posse de armas (RS e MS) e uma por tráfico de drogas (MG). Aproximadamente 1 milhão de reais em espécie foi apreendido em Ponta Porã. Pelo menos 12 armas e 70 veículos também foram apreendidos, além de drogas e de aproximadamente 2 quilos de ouro.
Fonte e Fotos: Policia Civil