Polícia apreende mais de cem celulares de grupo que foi alvo de operação contra o golpe dos nudes
Depois de realizar, na última quinta-feira (6), uma operação em sete cidades gaúchas contra grupo suspeito de aplicar o golpe dos nudes, a Polícia Civil divulgou ontem, quarta-feira (12) que apreendeu mais de cem celulares com os investigados. Na ofensiva, 34 pessoas foram detidas, sendo que sete alvos de mandado de prisão já estavam no sistema carcerário — elas são apontadas como responsáveis por comandar os crimes.
De acordo com a titular da Delegacia de Esteio, delegada Luciane Bertoletti, a organização criminosa investigada movimentou mais de R$ 2,5 milhões. No entanto, ela destaca que esse valor, o número de suspeitos e também de vítimas deve aumentar após a análise de documentos e do conteúdo nos telefones apreendidos. Todos os celulares estão sendo verificados e alguns serão periciados.
Conforme a polícia, dos mais de cem aparelhos recolhidos, 79 foram encontrados em cinco prisões e outros 30 com 27 pessoas presas durante a operação.
A delegada diz que encontrou nos telefones arquivos que seriam repassados aos integrantes do grupo, com orientações sobre o golpe e com novas modalidades de como aplicá-lo (veja abaixo detalhes de como funciona o golpe).
Entre o material encontrado, há falsas ocorrências policiais e despachos judiciais. A delegada diz que havia ainda documentos falsificados sobre atendimentos psicológicos que nunca ocorreram, notícias falsas de falecimento e atestados de óbito de supostas adolescentes que teriam cometido suicídio após repassar fotos para homens mais velhos.
— Apreendemos vasto material nestes telefones, além de cartões bancários, extratos bancários e documentos falsos. Vamos ter de fazer um trabalho minucioso que vai levar tempo, mas com a certeza que este trabalho todo e essas provas todas vão nos levar ao indiciamento destes golpistas — ressalta Luciane.
A polícia também encontrou mensagens em texto, áudio e vídeo com ameaças e extorsões. Na operação também foram recolhidas sete armas.
Em um dos telefones apreendidos, a polícia localizou um áudio em que dois criminosos testam uma gravação sobre um falso recibo de pagamento feito por vítima do golpe dos nudes. Um deles ainda ressalta: “os caras são muito burros”.
O investigado se refere a uma das suas vítimas, um empresário que pagou R$ 8 mil para que o suposto contato com uma adolescente não fosse divulgado para sua família.
Até agora, a Delegacia de Esteio já identificou 13 pessoas lesadas pela organização criminosa. A maioria é do Estado, mas tem também de Santa Catarina e de São Paulo. Este mesmo grupo monitorou e gravou imagens da casa da filha de um empresário extorquido em Balneário Camboriú.
Fonte: Gauchazh