Secretário de Saúde de Bom Progresso foi morto por motivação política, conclui Polícia Civil

A Polícia Civil concluiu que o secretário de Saúde de Bom Progresso, Jarbas David Heinle, 44 anos, foi morto sob encomenda por motivação política ao custo de R$ 50 mil. Conforme a investigação, os dois mandantes entendiam que só teriam chance de assumir o poder municipal se eliminassem Jarbas das disputas eleitorais. Quatro pessoas foram indiciadas por homicídio triplamente qualificado, entre elas, o atual vice-prefeito da cidade, Maicon Leandro Vieira Leite, que é apontado como um dos mandantes do crime.

Jarbas foi baleado quando chegava em casa, na noite de 10 de setembro, em Linha Biriva, no interior do município. Ele foi atingido por quatro tiros. O secretário é filho do prefeito da cidade, Armindo David Heinle (PP).

O inquérito foi concluído e entregue à Justiça de Três Passos na segunda-feira (14). Além de Maicon, estão indiciados Cloves de Oliveira, conhecido como Faísca, que concorreu à vaga de prefeito em 2020 e foi derrotado pelo pai de Jarbas e é também apontado como um dos mandantes, e Sérgio Ribeiro dos Santos, que teria organizado o ataque, inclusive, contratando o executor.

O autor dos disparos seria Matheus Gabriel Muller Merel, que teria viajado de Porto Alegre para matar o secretário. A polícia ainda tenta prendê-lo. Os dois suspeitos de serem mandantes da morte estiveram presos e foram soltos. A polícia pediu a prisão preventiva deles, mas a Justiça indeferiu. Apenas Sérgio segue preso.

A investigação comandada pelo delegado Marion Volino, de Três Passos, conseguiu detalhes de como teria sido o plano e a negociação para o crime. Sérgio, que seria responsável por contratar o atirador e levá-lo até a casa de Jarbas, teria recebido R$ 30 mil, uma carta de emprego como pintor para conseguir sair do presídio para trabalhar depois do crime e também a promessa de um cargo na prefeitura quando os mandantes tivessem sucesso em assumir o comando da cidade. Matheus, o atirador, que é ligado a uma facção, teria recebido R$ 20 mil.

Conforme o delegado, as três qualificadoras são motivo torpe, que é o pagamento pelo assassinato, motivo fútil, que é a motivação política com desejo de assumir o poder, e uso de meio que deixou a vítima sem defesa, ou seja, a emboscada no momento que Jarbas chegou em casa. Faz parte da conclusão do inquérito um áudio, que teria sido gravado em 2018 e no qual interlocutores tratariam de morte de Jarbas.

Esse material chegou a ser levado à polícia em 2018 por Jarbas, que registrou ocorrência de ameaça. Mas ele não representou e a apuração não seguiu. Agora, a polícia entende que um dos homens que fala na conversa gravada é um dos suspeitos identificado como mandante da morte de Jarbas.

FONTE: GZH