Templo dedicado a Lúcifer, com estátua de 5 metros, causa polêmica em Gravataí
O anúncio da inauguração de um novo templo vem provocando controvérsia no município de Gravataí, na Região Metropolitana.
A divulgação da abertura, marcada para esta terça-feira (13), e de detalhes do empreendimento gerou um intenso debate nas redes sociais, motivou uma manifestação da prefeitura do município para esclarecer que não repassou recursos públicos para a iniciativa e resultou até em ameaças anônimas de morte.
A motivação da polêmica está no personagem principal a ser celebrado no novo espaço, com direito a uma estátua de mais de cinco metros de altura: Lúcifer.
Em razão dos ataques recebidos via redes sociais, a localização da sede do culto denominado Nova Ordem de Lúcifer na Terra é mantida em sigilo pelos fundadores, Lukas de Bará da Rua e Tata Hélio de Astaroth.
No espaço de cinco hectares em meio à zona rural do município, distante 20 quilômetros do centro da cidade, foi instalada nesta sexta-feira (9) a imagem do demônio feita em cimento com três metros de comprimento e instalada sobre uma base de 2m50cm, totalizando 5m50cm dedicados à figura demoníaca.
“Há dois anos nós já vínhamos falando de ter um espaço para trabalhar só com demônios. Resolvemos que teríamos um sítio para realizar práticas junto à natureza e organizar grupos de estudo para desmistificar a imagem de Lúcifer, que é muito atacada pela Igreja”, afirma Lukas.
Com esse objetivo, pretendem realizar ações sociais como distribuir alimentos a pessoas necessitadas e, posteriormente, organizar grupos de visitação ao templo para participar de retiros espirituais. Para se associar em definitivo, porém, é preciso ser indicado por alguém que já seja membro da organização.
O confundador da denominação religiosa afirma que o demônio hostilizado pelos cristãos simboliza, para os cerca de cem integrantes de seu grupo, algo bem diferente da costumeira representação do mal:
“Para nós, Lúcifer é um deus, a luz do amanhã, a luz do conhecimento. Nos traz, principalmente, o autoconhecimento e a possibilidade de conquistar coisas que o mundo oferece”, argumenta.
De acordo com os integrantes do culto, a polêmica estátua acinzentada busca representar a dualidade entre mundo material e espiritual, por isso é metade esquelética, com um chifre na lateral da cabeça, e a outra metade com feições mais “humanas”.
A intenção, segundo os autores, é que a figura funcione como uma espécie de “portal” de energias durante a realização de rituais.
Para garantir a tranquilidade dos participantes durante a inauguração do espaço, prevista para as 21h desta terça-feira, foram contratados dois seguranças.
Fonte: GZH