Após deslizamento, chuva não dá trégua e pista da BR-376 pode desabar.

O trecho da BR-376 atingido pelo deslizamento que interdita a estrada desde a noite de segunda (28) pode desabar, segundo a Defesa Civil do Paraná. As equipes que trabalham no local afirmam que o peso da terra que caiu da encosta está sobrecarregando o asfalto, dificultando ainda mais o trabalho de limpeza da pista e o resgate de possíveis vítimas. Até o momento, duas mortes já foram confirmadas.

“Está totalmente instável, (tem o risco) não só de desmoronamento — ou deslocamento de massa, como a gente fala — como também do rompimento da pista. Essa terra tem um peso muito grande sobre essa pista, que está em uma região suspensa, então é um cenário muito complexo para se trabalhar”, declarou ontem, à emissora RPC, o Cel. Fernando Schunig, coordenador estadual da Defesa Civil do estado.

As autoridades paranaenses ainda não confirmam o número de pessoas que estão desaparecidas, informando apenas que seis vítimas foram resgatadas com vida e outras duas morreram. O metalúrgico Thiago Iavorski foi até a região do desabamento em busca de informações sobre o cunhado, que conduzia um caminhão no trecho atingido pela terra e, até o momento, não deu notícias.

“A gente começou a receber as informações pelas redes sociais. Em um dos vídeos a gente localizou o nosso caminhão ‘lá embaixo’ e aí entramos em contato com a empresa de rastreamento. Ela detectou que era ele mesmo que estava lá, só que assim, nós tentamos contato com hospitais, Defesa Civil, Polícia Cientifica, e ninguém tem posição nenhuma, então a gente decidiu vir aqui para o posto da Polícia Rodoviária para ver se a gente tem alguma informação”, detalhou ele à afiliada da TV Globo no estado.

O trabalho de resgate e de desbloqueio da pista é dificultado pela chuva que ainda não deu trégua na região, afirmam as autoridades. A concessionária Arteris, responsável pela gestão da rodovia, declarou que está tentando abrir uma passagem de serviço na BR-376, para facilitar a passagem de ambulâncias, guindastes e viaturas, mas o mau tempo também prejudica a operação.

“(A situação) Tem que ser tratada com cuidado, o monitoramento da encosta tem que ser feito permanentemente e à medida que for possível nós vamos avançando na limpeza das áreas e no reconhecimento das áreas que foram afetadas”, afirmou Renato Lima, geólogo do Cenacid (Centro de Apoio Científico em Desastres) da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Ainda não há previsão para liberação da BR-376. Além do km 669, onde aconteceu o deslizamento, outros trechos da rodovia — que é a principal ligação entre Paraná e Santa Catarina — também foram interditados por causa do risco de deslocamentos de encostas.

Fonte: Uol Foto: Redes Sociais