Fenômeno que gera onda de calor no mundo também impactará verão no RS 

Segundo Marcely Sondermann, meteorologista da Climatempo, o fato de o El Niño causar ondas de calor em pontos específicos do globo no momento não significa que o mesmo cenário será visto quando o fenômeno aumentar a influência em locais como o Brasil, o que deve ocorrer a partir de setembro.

— O Hemisfério Norte tem uma área continental maior. E o continente tem um calor específico maior do que no oceano. Isso significa que o continente vai aquecer mais rapidamente e as temperaturas vão ser ainda mais extremas nesses locais. Já no Hemisfério Sul há mais oceanos; por isso a previsão é de  que as temperaturas não sejam tão altas (no verão) no sul do país quanto as que estão acontecendo agora nos Estados Unidos e Europa — explica.

Segundo Marcely, o Rio Grande do Sul começará a ter períodos mais quentes e com chuva, principalmente na primavera, que começa em 23 de setembro.

— O El Niño tem característica de trazer muita chuva para a região sul do Brasil. São esperadas temperaturas acima da média, mas não aquelas ondas de calor prolongadas. Haverá  picos de calor e chuva frequente, tanto na primavera quanto no verão — acrescenta.

Verão com mais chuva

O El Niño deverá manter a rotina de chuvas constantes nas duas próximas estações, afirma Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

— A expectativa é de um verão mais chuvoso no Rio Grande do Sul, o oposto do que o registrado nos últimos anos, que foram marcados pela seca. Com a presença dessas áreas de chuva mais frequentes no Estado, a tendência é que seja um verão dentro da média histórica (de precipitação) ou acima — diz.

Lopes, porém, alerta para a possibilidade de que o fenômeno global possa ser responsável por dias de calor intenso no Rio Grande do Sul  nos próximos meses, principalmente a partir de dezembro.

— Não podemos descartar períodos curtos com temperaturas bastante elevadas e que potencialmente podem igualar recordes históricos. Contudo, a tendência é que o excesso de precipitação esperado já para o final da primavera faça com que com dias sejam nublados e com chuva, e a temperatura não fique tão elevada em média. O verão no Rio Grande do Sul deve ter temperaturas esperadas para essa época do ano, mas com bastante chuva.

Fonte: GZH

Redação: Sulbrasileira